Exercício Físico e Neuroplasticidade

Exercício Físico e Neuroplasticidade – Como o cérebro pode se beneficiar da atividade física?

O que é neuroplasticidade?

Por muito tempo, a ciência acreditou que o Sistema Nervoso Central (SNC, uma estrutura da qual nosso cérebro faz parte), após estar desenvolvido, transformava-se em algo rígido e, portanto, não poderia sofrer modificações significativas ao longo da vida. Hoje sabemos que isso não é verdade. Nosso sistema nervoso é adaptável, capaz de responder a estímulos externos e se reestruturar às novas exigências do ambiente ou até mesmo a lesões. A capacidade do SNC de ser flexível de acordo com as condições às quais está exposto é chamada de neuroplasticidade, um conceito extremamente importante para nossos neurônios e intimamente relacionado com atividade física e aprendizado.

or exemplo: quando obrigamos nosso cérebro a aprender qualquer coisa, estimulamos as trocas de sinais entre neurônios (sinapses), fortalecendo as conexões entre eles, criando padrões de experiência e novas redes neurais. Estimular o seu cérebro a aprender o fortalece, explorando a faceta plástica desse órgão. É como uma espécie de musculação. E falando em exercícios físicos: saiba que eles não fortalecem apenas os seus músculos, mas também o seu cérebro!

A importância do exercício físico para o cérebro

O exercício físico pode estimular bastante a plasticidade do cérebro. O ato de realizar um movimento complexo (como um passo de dança) força seus neurônios a estabelecerem conexões entre si, de modo a “memorizarem” o novo conhecimento. Já é cientificamente comprovado: ao estimular a conexão entre neurônios, você protege o seu cérebro de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. As pesquisas também têm mostrado que os exercícios físicos estimulam o surgimento de novos neurônios e o fortalecimento das redes neurais já existentes.

As pesquisas mais recentes sugerem que o exercício estimula o BDNF (Brain-derived Neurotrophic Factor, em português Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro), um hormônio que ajuda na manutenção dos neurônios existentes e, além disso, estimula o surgimento de novos. Estudos feitos em pessoas que tinham acabado de se exercitar têm demonstrado isso claramente.

Um estudo feito com idosos na Universidade da Austrália Ocidental obteve resultados impressionantes: após 24 semanas de exercício físico regular, com duração média de 20 minutos por dia, os indivíduos apresentaram melhora de 1800% em medições de memória, capacidade de atenção e outras habilidades cognitivas importantes.

Corpo em movimento, cérebro sadio

A importância do exercício físico para nosso cérebro não vem do nada. Em termos evolutivos, nossa espécie conseguiu sucesso biológico pela capacidade de pensamento aliada às habilidades físicas. Na savana africana de 70 mil anos atrás, não bastava ser inteligente, você precisava correr dos leões. E isso criou um círculo virtuoso na espécie: o estímulo dos exercícios tornou nossos cérebros mais potentes, ao mesmo tempo que nossas mentes mais aguçadas (graças aos exercícios) conseguiram desenvolver movimentos mais eficientes. Essa premissa é válida até hoje e explica em parte o porquê de exercitar o corpo ser tão vital para a saúde do cérebro.

Em termos simples, é tudo sobre atividade versus inatividade. Outro estudo, esse da Universidade de Illinois (EUA), observou as diferenças entre o cérebro de camundongos ativos e sedentários. Os camundongos fisicamente ativos tinham duas vezes mais neurônios em relação aos sedentários, comprovando o papel da atividade física no surgimento de novas células cerebrais. Corpo em movimento, cérebro sadio.

Esses dados mostram a importância de cultivar um estilo de vida fisicamente ativo. Não se trata de virar um maratonista da noite para o dia, mas de inserir pouco a pouco hábitos mais saudáveis na rotina, pois as pesquisas têm revelado que até mesmo atividades simples do dia a dia são eficazes para evitar doenças que afetam o cérebro.

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Referências:

A Dieta da Mente, do dr. David Perlmutter. Disponível para compra aqui.
Neuroplasticidade. Disponível aqui.
How Exercise Could Lead to a Better Brain. Disponível aqui.
Neuroplasticidade, variação interindividual e recuperação funcional em neuropsicologia. Disponível aqui.
Reabilitação neurológica e neuroplasticidade. Disponível aqui.

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